Lixo eletrônico: entenda o problema

Existe um fato que é inegável, a tecnologia está cada vez mais presente em nossas vidas, se espalhando e crescendo de maneira constante. E por conta do grande número de eletrônicos que vêm sendo produzido no mundo, a poluição tecnológica se tornou um problema dos mais urgentes. Afinal, o que devemos fazer quando esses equipamentos chegam ao fim da vida útil?

O lixo eletrônico segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) é qualquer dispositivo alimentado com energia elétrica cuja vida útil tem um final. Sendo assim, lixo eletrônico não se limita a celulares e computadores de uso pessoal, englobando muitos outros equipamentos como, eletrodomésticos, pilhas e baterias, itens de informática e telefonia, e muitos outros.

Nesse contexto, o avanço tecnológico no século XXI, ao passo que trouxe inúmeros benefícios para a qualidade de vida no geral, também trouxe consigo montes e montes de lixo eletrônico. Os aparelhos eletrônicos vêm se tornando obsoletos em intervalos de tempo cada vez menores, dessa forma o número de equipamentos destinados ao lixo é crescente.

Segundo dados da International Solid Waste Association (ISWA) no ano de 2019, o mundo bateu o recorde de produção de lixo eletrônico com cerca de 53,6 milhões de toneladas, o que equivale a dizer que cada habitante gerou no ano 7,3 kg desse tipo de resíduo. Só no Brasil, 1,5 milhão de toneladas desse lixo são produzidas por ano, sendo o maior produtor de lixo eletrônico da América Latina. E apesar da gravidade desses números, apenas 2% desse lixo é reciclado em nosso país, o que é preocupante se considerarmos todos os efeitos negativos que o descarte inadequado traz ao meio ambiente.

Consequências do descarte incorreto

Decerto, a indústria nunca previu que o acúmulo de lixo eletrônico seria tanto, devido a isso, ainda nos dias de hoje existem pouquíssimas iniciativas para controle, coleta e reciclagem desses resíduos. Sendo assim, a maioria do descarte se dá de maneira incorreta para aterros sanitários ou até mesmo lixões a céu aberto.

Uma vez descartado junto ao lixo comum, as substâncias químicas presentes nos equipamentos eletrônicos, como mercúrio, cobre, chumbo, cádmio, entre outras, conseguem contaminar o solo e os lençóis freáticos, além da emissão de gases à atmosfera que provocam desequilíbrios nos ecossistemas e grandes danos ambientais.

Os efeitos negativos do descarte incorreto de lixo eletrônico são tão graves que de acordo com estudos, quando absorvidos pelo ser humano através da cadeia alimentar, por serem bioacumulativos, acabam depositando-se no tecido ósseo e gorduroso, sendo responsáveis por doenças que variam de lesões cerebrais a disfunções renais e pulmonares.

Mas qual seria a solução para o problema do lixo eletrônico?

No Brasil, a Lei Federal nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que trata da política nacional de resíduos sólidos, em seu art. 33, estabelece que é de responsabilidade dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, a estruturação e implementação de sistemas de logística reversa. Entretanto, se tratando de lixo eletrônico, faltam leis específicas e iniciativas no país (e no mundo) para sanar o problema.

Acontece também que uma gigante parcela da população não tem conhecimento algum acerca dos malefícios que o descarte incorreto desse resíduo pode trazer ao meio ambiente. Sendo assim, uma forma eficaz de começar a solucionar essa questão seria difundir as informações sobre o que de fato deve ser feito quando um equipamento eletrônico chega ao fim de sua vida útil e o porquê de não descartá-lo em lixo comum.

Ademais a reciclagem desse resíduo é benéfica não só para o meio ambiente, como também para a indústria de eletrônicos, pois um estudo publicado em 2019 pela revista Environmental Science & Technology  afirma que custa 13 vezes mais extrair os minerais de jazidas naturais que os recuperar dos resíduos tecnológicos para fabricar novos dispositivos.

Mas agora você deve estar se perguntando, mas afinal o que eu devo fazer com o meu lixo eletrônico?

O método de descarte mais correto é devolver o equipamento ao fabricante, além disso diversas marcas e instituições possuem postos de coleta, que garantem o destino correto dos resíduos para a reciclagem.

Mas além disso é importante saber que, existem boas práticas que ajudam muito com o controle do lixo eletrônico, como utilizar o equipamento até o fim de sua vida útil, consertar ao invés de destinar ao lixo sempre que possível e claro, repensar antes de adquirir um aparelho novo.

Faça sua parte, pois pequenas atitudes transformam o mundo!