Drenagem Urbana

Aqui vamos falar um pouco sobre a drenagem urbana e o manejo das águas pluviais, assunto que está relacionado a temática do saneamento básico.

No post sobre sistemas de esgotamento sanitário explicamos um pouco sobre como ele funciona e que no Brasil é utilizado o sistema separado, o qual coleta o esgoto doméstico e industrial em um coletor e as águas pluviais em outro coletor.

Desse modo, a drenagem urbana está associada ao gerenciamento e manejo das águas pluviais, isto é, gerenciamento da água da chuva no meio urbano.

Assim como os sistemas de esgotamento sanitário, os sistemas de drenagem da água da chuva são fundamentais no meio urbano, já que existem muitas áreas impermeabilizadas que favorecem o acúmulo e empoçamento da água.

Sabe aquelas guias, sarjetas e bocas de lobo de vemos na rua ?

Então, são alguns dos elementos que compõe um sistema de drenagem urbana e são responsáveis por captar a água naquele local.

O sistema é composto também por galerias de drenagem, sistemas de detenção e infiltração nos lotes e pavimentos, trincheiras e valas.

Os sistemas de drenagem devem impedir a ocorrência de enchentes e alagamentos, bem como outros problemas relacionados, como erosão e assoreamento. 

Importância

No ambiente natural, quando chove a água escoa e infiltra no solo até grandes profundidades, dependendo das características do solo e do relevo do local, até atingir os lençóis freáticos e aquíferos, bem como ser absorvida pela vegetação.

Contudo, no meio urbano esse processo sofre grandes modificações e “os caminhos” que seriam naturalmente percorridos pela água são modificados e reduzidos. Enquanto a cobertura vegetal é suprimida, novos elementos são inseridos, como edificações, pavimentação, canalização e retificação de rios, etc.

Toda essa modificação reduz a capacidade de infiltração da água no solo, contribuindo para o escoamento dela de modo mais concentrado, contribuindo para a formação de enchentes cada vez maiores e mais frequentes. 

No Brasil, inclusive, este é um problema que vem ocorrendo já há muitos anos e tem se tornado cada vez mais constante e intenso. 

Esse cenário é resultado não apenas da falta de planejamento, como também da “inadequação dos projetos de engenharia à real dimensão das necessidades das cidades brasileiras”, conforme colocado por José Antônio Sena do Nascimento em sua publicação sobre o Manejo de Águas Pluviais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Dessa forma, os sistemas de drenagem são elementos fundamentais nas áreas urbanas e precisam ser discutidos quando o assunto é planejamento urbano, a fim de preservar a saúde da população e “assegurar crescimento ordenado com menores riscos para a população” (José Antônio Sena do Nascimento).

Panorama no Brasil

Segundo o Panorama do Saneamento no Brasil, o Diagnóstico de Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urbanas, contido no SNIS (2018), registra que dos 3.603 municípios participantes, 54,8% têm sistemas de águas pluviais exclusivos para drenagem e 24,6% dispõem de sistemas de águas pluviais unitários.

De acordo com o relatório, cerca de 566 municípios contam com soluções de drenagem natural (faixas ou valas de infiltração) em vias públicas urbanas, 370 têm parques lineares ao longo de rios e 150 dispõem de reservatórios de amortecimento de vazão de cheias e inundações. Da amostra de municípios, apenas 719 possuem Plano Diretor de Drenagem Urbana.