Cada vez mais nos deparamos com o surgimento de novos produtos, marcas e empresas sustentáveis ou ecológicas, mas por que produtos sustentáveis são mais caros?
No post anterior falamos um pouco sobre os produtos sustentáveis, onde foi citado que muitas marcas estão entrando no mercado com produtos do nosso cotidiano mesmo, só que em uma versão mais sustentável ou ecológica. Desde roupas, calçados e acessórios, até produtos mais simples como escova de dente, cotonete, desodorante, shampoo e condicionador, por exemplo.
No entanto, mesmo sendo produtos do dia a dia, eles podem acabar custando um pouco mais quando comparado aos produtos “convencionais” que estamos acostumados a ver no mercado.
Dependendo do produto, a diferença entre os preços não é tão exorbitante assim, mas dependendo do consumidor pode sim fazer alguma diferença no final das contas. Além do “medo” ou receio de pagar mais caro por um produto pelo qual não se conhece bem e não se sabe a qualidade.
Para algumas pessoas essa diferença no custo parece, inclusive, uma contradição. Afinal, se o produto é ecológico ou sustentável, deve “eliminar” alguma etapa do processo de fabricação, utilizar menos insumos ou matéria-prima.
De fato, em alguns casos isso pode até ocorrer, como eliminar a adição de algum produto químico que seja tóxico ou cause algum tipo de poluição, investir em embalagens feitas de material reciclável, enfim.
Em contrapartida, pode haver a inclusão de mais processos para se obter a matéria-prima de maneira adequada, sustentável e que cause menos impactos ao ambiente, conforme mencionado no post sobre produtos sustentáveis.
Outra questão muito importante é a lógica do mercado, ou seja, a demanda. Se não houver demanda, os custos de produção tendem a ser maiores, refletindo no custo do produto final. A melhor forma de tornar esses produtos mais baratos é consumindo. Quanto mais pessoas comprarem, mais viável será produzi-lo e mais barato será o produto final.
Cuidado com os “falsos” produtos
Muitas empresas utilizam isso como um “rótulo”, uma estratégia de marketing, realizando o chamado “Greenwashing” (lavagem verde).
Esse é um assunto muito interessante que a Recicla.se abordou nas redes sociais (Instagram, Facebook, etc) e refere-se às empresas, indústrias, ONGs ou governos que promovem discursos, anúncios e propagandas com características sustentáveis, verdes ou ecológicas, quando de fato não fazem isso. Apenas induz o consumidor a adquirir aquele produto acreditando que está contribuindo para uma causa ambiental quando na realidade não está.
Então, na hora de comprar um produto dito “ecológico” ou “sustentável” avalie o preço. Se for mais barato do que o convencional, desconfie e se informe melhor.
Procure também identificar a marca ou empresa que está comercializando, existem muitas empresas novas entrando no mercado, procure conhecê-las. O ideal nesse assunto é realmente se tornar aquele consumidor consciente, saber o que está comprando e de quem está comprando.
Ademais, é interessante compartilhar experiências e informações. Com as redes sociais isso é muito mais fácil.
Se você adquiriu um produto sustentável que é relativamente mais caro que o convencional e gostou, procure dividir essa informação com outras pessoas, compartilhe sua experiência.
Ou se você tem interesse em um produto assim, mas está em dúvida se vale a pena pagar mais caro por ele, procure canais onde possa acessar comentários ou conversar com outras pessoas. Se informe sempre.
Nesse contexto, lembre-se que o consumo vai além do seu benefício individual. Claro que em um país com desigualdades socioeconômicas e ambientais tão grandes como no Brasil, é complexo falar sobre isso. Mas mesmo que o dinheiro seja seu, o consumo é uma ação coletiva, impacta diversas vidas e o meio em que você vive.