Hoje, vou te explicar como podemos minimizar os impactos causados pelas enchentes e alagamentos, e tentar diminuir um problema vivido por muitas cidades. Se você acha que é só aqui no Brasil, você está muito enganado! Isso atinge vários países, principalmente nos grandes centros urbanos.
Primeiramente, os alagamentos e enchentes causam vários estragos materiais, e infelizmente, muitas vidas também são perdidas. Com o passar do tempo, tem se tornado cada vez mais comum, especialmente com as mudanças climáticas que vem acontecendo muito rapidamente.
Como isso é um problema que preocupa e impacta muita gente, vou tentar explicar de um jeito simples e detalhado quais as causas, as consequências e o que devemos fazer para minimizar os danos.
Antes de mais nada, devemos entender qual a diferença entre alagamentos e enchentes.
Alagamentos: geralmente ocorre pela falha ou deficiência do sistema de drenagem, ocasionando o acúmulo de água em uma planície.
Enchentes: é quando o rio recebe um grande volume de água em um espaço curto de tempo, transbordando para a área de planície ou várzea devido ao aumento da vazão.
Por que elas acontecem e causam tanto problema
Agora que já sabemos a diferença, vou explicar os principais fatores que causam esse problema.
1° – Impermeabilização do solo: as cidades são basicamente impermeáveis, coberta por concreto, telhados e asfaltos, e a água escorre para os pontos mais baixos (pontos de alagamentos e enchentes). Não tem quase nada de espaço livre, ou mesmo que possibilite a infiltração no solo.
2° – Crescimento desordenado: os grandes centros urbanos crescem muito rápido, consequentemente, não tem um planejamento adequado. Ocupam áreas mais vulneráveis e suscetíveis a enchentes e alagamentos, como terrenos próximos aos rios ou planícies alagáveis.
3° – Sistema de drenagem: não foram dimensionados para receber grandes volumes de água em pouco tempo, e ainda para ajudar, tem a questão dos lixos descartados incorretamente nas ruas, calçadas e rios. Esse lixo entope bueiros, tubulações e galerias que são responsáveis pelo escoamento, agravando ainda mais a situação.
Esses são fatores que causam todos os estragos que já estamos acostumados a ver todos os anos no período das chuvas. E que, infelizmente, está se tornando uma coisa normal.
Mas como minimizar os impactos das enchentes e alagamentos
Apesar de todos os anos recebermos uma enxurrada de notícias, falando sobre os estragos causados pelas chuvas, das vidas perdidas, das casas, carros e móveis, muitos países enfrentam esse mesmo problema. Entretanto, alguns deles conseguiram, através de projetos e mudanças na estrutura das cidades ao longo dos anos, minimizar significativamente essas tragédias.
Para diminuir os impactos, esses países começaram a implementar projetos espelhados na natureza, ela que, por milhões de anos lida com essa situação melhor que ninguém. Em vez da água escorrer mais rápida até os rios, como é feito habitualmente pela maioria das cidades, começaram a fazer o inverso. Na natureza, ela absorve e retém essa água por mais tempo, evitando que o sistema de drenagem não se sobrecarregue.
Esse conceito de reter água e liberar lentamente, é utilizado em algumas cidades como Jinhua e Taizhou na China, Berlim na Alemanha, Copenhague na Dinamarca e Nova York nos Estados Unidos da América.
Essas cidades começaram a ampliar suas áreas permeáveis, com a implementação de jardins e parques alagáveis, telhados verdes, calçadas permeáveis e casas e prédios com sistema de coleta de água da chuva.
Esses projetos, quando associados, permitem reter grande parte da água por um tempo e liberá-la lentamente, igual a natureza. Ótimos exemplos disso são as matas e florestas. Essas áreas absorvem a água da chuva infiltrando-se na terra até os lençóis freáticos, que são responsáveis por manter os rios vivos (conforme o ciclo da água).
Esses projetos baseados na natureza, não só minimizam os impactos das enchentes e alagamentos, como também ajudam a regular a temperatura dos grandes centros urbanos.
Enchentes e alagamentos no Brasil
No Brasil ainda é muito comum ver o poder público anunciando a construção de novos piscinões para conter alagamentos, porém é uma medida ineficiente. Sem contar que, ao longo do tempo acaba acumulando lixo e proliferando vetores transmissores de doenças, além da manutenção constante exigida.
O nosso país ainda carece de muitas políticas públicas e incentivos financeiros para que possamos mudar mesmo essa situação. Uma atitude do poder público que deveria ser ampliada e melhorada ao longo do tempo é a Lei 12.526/07 do estado de São Paulo, onde determina a implementação de sistema de captação de águas pluviais para construções iguais ou superiores a de 500m² (quinhentos metros quadrados) para reduzir o escoamento e minimizar as enchentes e alagamentos.
Mas não só o poder público, nós também temos que ser mais conscientes e não jogar o lixo nas ruas e calçadas. Mesmo se tivermos um sistema avançado para contermos esses problemas, se não fizermos a nossa parte, não adiantará nada.